Ano Novo

Ontem assistindo uma palestra do Dunga na Canção Nova, de repente deu um clic e descobri porque no final do Ano eu ficava triste, não vislumbrava coisas boas para o ano novo. 
Ficava presa no ano velho olhando para trás e o louvando porque todo mundo que eu amava estava vivo era isso que me movia e sentia medo do ano novo. Pensava será que todo mundo continuará vivo neste ano que surge e já entrava no ano novo triste. Será que ia perder alguém. O medo de perder alguém me deixava muito triste e incomodada. 
O ano novo era um peso, uma angustia, queria que passasse logo os 8 dias de Natal e ano novo e voltasse ao normal, não queria lembrar que neste ano que apontava podia perder alguém quem amava, vivi assim até hoje, a vida toda, desde criança. Por quê? Sempre no natal algum parente falava não sei se viverei até o final deste novo ano e este pensamento ficou na minha mente, de forma inconsciente, assim eu não aproveitava o final do ano. Era sempre aquela angustia, aquele medo, aquela tortura, eu não sabia porque me sentia assim descobri ouvindo a palestra do Dunga. 

Ele dizia vamos dizer adeus ao ano velho e saudar o ano novo com alegria, se firma no passado, pois é a nossa historia e dá uma arrancada para o futuro, um impulso, vamos para a frente, sigamos em frente, olhando para a frente, construindo planos, é assim que devemos viver, ser. Outra coisa eu me perguntava, o que muda? Nada, no dia seguinte continua tudo como era, é uma continuidade, não muda nada e não via sentido nessa euforia. Até que o Dunga falou encerra-se um ciclo de vida e começa outro, como se fosse a passagem da primavera para o verão. Existe uma razão. 
Apoe-se em Deus, dê a arrancada, prossiga, olhe para a frente e não para trás, tenha esperança e fé. Me libertei dessa angustia, posso olhar para o amanha, para o hoje. Talvez porque já tenha perdido as pessoas que eu mais amava, já estão no céu. E assim consigo aceitar as mudanças, as perdas, é amadurecimento, creio.