No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não consegue levar: um estribilho antigo, o carinho no momento preciso, o folhear de um livro, o cheiro que um dia teve o próprio vento... (Mário Quintana

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Jesus silencio

Jesus, estamos aqui. Nós dois eu e você. Você rabiscando a areia e eu olhando o mar, triste estou presa neste gesso que amarra meu braço quebrado, não tenho agilidade e este peso no pescoço, esta atadura que parece pesar 5 k , me inclino para a frente, vergo. Eu não falo nada, estou chateada e você nada diz distraído riscando a areia e estamos assim. Creio que você espera que eu fale alguma coisa, mas eu nada digo a sua companhia silenciosa, presente conforta meu ser, sinto que estás comigo me apoiando me ajudando a suportar esta agrura, tua companhia me basta, tua presença me sustenta. Não quero falar porque vou reclamar. Que não queria ficar com este gesso incomodo que você me castigou, que não é meu amigo, mas eu sei que você é meu amigo. Então fico calada para não te magoar, mas eu estou sentida, não queria este castigo, mas por enquanto, por hoje vou ficar aqui calada, pensativa sorvendo o momento em sua presença. Minha vida deu uma pausa, meio que parou sem meu braço direito, quebrado.

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