No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não consegue levar: um estribilho antigo, o carinho no momento preciso, o folhear de um livro, o cheiro que um dia teve o próprio vento... (Mário Quintana

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A dor da separação

Recolhida no meu altar
Vou te lembrar
Sentir a dor da tua ausência.
A saudade do compartilhar.
O sofrimento de não me comunicar.
De sentir o teu toque cheio de magia.
Recolhida no meu altar
Exposta em carne viva
A dor se derrama
Saindo de meu ser.
Abatida e caída
Ficarei ali...
Parada me consumindo
Sentirei o frio enrijecer meus sentimentos
A revolta me contaminar
O coração congelar
E o gelo me envolver
Retratando o que sou e como estou.
Em feridas deflagrada
No corpo rasgada
Mas, fiel a mim mesma
Expondo minha verdade
A seiva vital
O ser puro em sua dor
Gotejando
Sangrando
As vísceras gritando
E no meu monte do calvário
Meu ser solitário
Em rito sumário
Vai enfrentar
A dor da separação
A angustia do se partir
Dividir
Mutilar
Rasgar
E no peito outrora quente
Vivendo em união
Ficará de tanta dor dormente
Ao sabor da destruição
Mas submissa á cruz
(Quando não tem jeito
Melhor se entregar)
Assumo meu destino
E vou deixar a dor me enlouquecer
Porém, num rasgo de doçura
Um raio de ternura
Me invade o coração
E mesmo sendo o enforcado
Meu corpo virado
Se enternece
Compadece
E abraçando meu coração
Me dando perdão
Não deixo a desilusão
Me partir
Me dividir
Só, sim.
Mas com amor no coração
Vou ficar no meu canto
No meu recanto
Acalmando
Minha inquietação
Me dando sustentação

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